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A morte de Juliana Marins, jovem brasileira de 26 anos, no Monte Rinjani, na Indonésia, não pode ser tratada como um acidente isolado, fruto apenas de fatalidade geográfica ou clima adverso. Ela expõe algo muito mais grave: um apagão ético e estrutural na forma como a espiritualidade local tem sido usada para justificar omissões em situações críticas de vida ou morte. Juliana caiu de uma altura estimada entre 300 e 600 metros durante uma trilha no Rinjani, um dos vulcões mais altos e reverenciados do país. Foi muitas vezes filmada com vida por drones e turistas. Gritava por socorro. Estava lúcida, visivelmente ferida, mas consciente. Mesmo com a localização exata e as evidências claras de que ainda havia tempo, o resgate não chegou a tempo. E o motivo, que inicialmente soava como mera justificativa climática ou técnica, revelou algo ainda mais preocupante: a influência direta de crenças espirituais na operação de resgate. Para uma parte significativa da população indonésia, especialmente nas ilhas vulcânicas como Lombok, onde está o Rinjani, os vulcões não são apenas acidentes geológicos; são considerados moradas de divindades, espíritos ancestrais ou entidades com vontade própria. Essa cosmovisão, herdada do hinduísmo balinês, do islamismo javanês místico e do…

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