No Maranhão cresce uma praga silenciosa, mas devastadora: a promoção desenfreada do chamado “Jogo do Tigrinho”. Disfarçado de entretenimento ou oportunidade de lucro, esse cassino digital vem sendo usado como porta de entrada para vícios, dívidas, desespero e ruína familiar. Mas o que a população precisa enxergar com clareza e o poder público precisa admitir com urgência é que quem divulga o Tigrinho em muitos casos não para por aí. Uma triste e perigosa realidade vem se tornando cada vez mais evidente: muitos desses divulgadores também estão envolvidos com rifas ilegais, esquemas de pirâmide digital e em casos mais graves até com o tráfico de drogas. Essas práticas estão interligadas por uma essência comum: a exploração da fragilidade alheia em troca de dinheiro fácil. São atividades que vivem da esperança dos pobres, do desespero dos vulneráveis e da ilusão de que é possível vencer sem esforço. E os principais alvos continuam sendo as classes B, C e D jovens, mães, trabalhadores, gente que vive no limite e procura muitas vezes uma saída para a dor ou a necessidade. Enquanto isso a justiça maranhense parece cega ou pior, conivente.Nos últimos dias mais de 200 contas nas redes sociais foram derrubadas por promoverem o Jogo do Tigrinho. No entanto, nenhuma prisão foi efetuada, nenhuma investigação aprofundada divulgada, nenhuma medida penal tomada. Até quando? É preciso ter coragem para dizer: não há diferença moral entre quem vende droga e quem vende ilusão digital com promessa de dinheiro fácil. Ambos lucram com a queda do outro. Ambos destróem. Ambos alimentam a marginalidade. A Lei Estadual nº 12.099/2023 que é de autoria do deputado estadual Yglésio Moyses (sem partido ) já proíbe e multa quem divulga jogos como o Tigrinho, mas isso não é o bastante. Sem investigação, sem responsabilização criminal, sem enfrentamento direto às conexões com o tráfico e outras atividades ilícitas, o Maranhão continuará assistindo famílias sendo destruídas em silêncio. É hora de dar nome aos bois. De romper o ciclo de omissão.Porque não é só o pó que mata. O jogo também mata.E quem vive disso, seja na boca ou na tela do celular, precisa ser tratado como parte do mesmo sistema criminoso.

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